A invasão da Ucrânia alterou violentamente o eixo geoestratégico do mundo. Na disputa entre os EUA e a China pela hegemonia mundial, entrou em cena uma potência menor com grande capacidade de desestabilização. Todos os esforços do Ocidente para atrair a Rússia para a democracia e para uma visão cooperativa da política internacional foram em vão. A Rússia tem-se revelado uma potência belicosa e violenta para com os seus vizinhos e para com a sua própria população, à medida que o regime de Putin avança para um comportamento cada vez mais ditatorial. A grande incógnita continua a ser o papel que a China pretende desempenhar na nova ordem e a verdadeira dimensão da sua cooperação com a Rússia.

Para além do resultado do conflito ucraniano, abriu-se um debate urgente na Europa sobre a sua suficiência energética. A dependência do gás russo pôs em risco as principais economias e o bem-estar de milhões de famílias em todo o continente. Descobrimos que a nossa qualidade de vida e a competitividade das nossas economias dependem de um fator sobre o qual não temos qualquer controlo e cuja suficiência está a tornar-se cada vez mais problemática. Os decisores políticos começam a falar de questões sem precedentes, como o racionamento de energia, e muitos perguntam como poderão ser mantidos os ambiciosos objectivos de descarbonização estabelecidos antes da guerra na Ucrânia.

O conceito de Ocidente já não é definido por uma posição geográfica, mas por uma estratégia partilhada face aos riscos globais, como demonstra o apoio de países como o Japão e a Austrália às sanções contra a Rússia. O ciclo eleitoral que se iniciou na região há alguns anos resultou numa clara predominância de novos governos de esquerda que questionam as instituições clássicas de cooperação regional, como a OEA. Por seu lado, os EUA deixaram de olhar para a região apenas para a sua agenda migratória. No novo equilíbrio estratégico que se está a desenhar, a Ibero-América está a adquirir um novo papel de protagonista.

La Ciberseguridad es un elemento central del desarrollo de la sociedad digital del siglo XXI: no es posible la Digitalización masiva de la Sociedad y la Economía sin un sistema robusto de Ciberseguridad que la haga viable. Por esto mismo en un contexto de Digitalización de toda la Economía cada vez tiene menos sentido diferenciar entre la Seguridad y la Ciberseguridad porque ambas se van a integrar y complementar.
En este contexto, las crecientes amenazas, la sofisticación de los ciberdelincuentes y de sus motivaciones cada vez más diversas, están poniendo en jaque a Gobiernos y empresas. La Ciberseguridad forma parte de la Agenda Geoestratégica del siglo XXI en un entorno de pugna chino americana por la primacía tecnológica. Si esto era una evidencia antes de la guerra de Ucrania, hoy es una indiscutible urgencia con nuevos desafíos a nivel nacional europeo y global que es inaplazable abordar.

Este ano registaram-se taxas de inflação que não se verificavam há décadas. O recrudescimento da inflação, causado sobretudo pelo caos energético, mas também por problemas nas cadeias de abastecimento, fez soar o alarme nas economias que ainda não tinham conseguido recuperar do choque causado pela pandemia. A Reserva Federal dos Estados Unidos iniciou há meses uma política de subida das taxas e o BCE seguiu-lhe o exemplo pouco depois. A principal responsabilidade pela luta contra a inflação cabe aos bancos centrais, que se dividem entre a ortodoxia das políticas monetárias e o receio de uma nova recessão mundial.

As sanções impostas contra a Rússia não têm precedentes e irão desligar a economia russa do comércio internacional de capitais, bens e serviços. Esta situação vem juntar-se às crescentes preocupações com a agressividade comercial da China e com os problemas da cadeia de abastecimento pós-pandemia.
As cadeias de abastecimento mundiais já não são regidas pelo princípio da eficácia, mas sim pelo da segurança. Tudo isto cria um quadro de incerteza sobre o comércio mundial que levou alguns observadores a anunciar o fim da globalização tal como a conhecemos nos últimos 30 anos; os mais optimistas falam de reinvenção da globalização.

O conflito na Ucrânia veio dar um impulso definitivo ao desafio da defesa europeia no quadro de uma Aliança Atlântica renovada e também renovada na sua força e cooperação. A belicosidade de Putin obrigou os países europeus a assumirem urgentemente a ideia, há muito adiada, de uma Europa da Defesa e os compromissos económicos que isso implica. A reviravolta radical do chanceler alemão Olaf Scholz, que anunciou um programa de modernização maciça das suas forças armadas, é o melhor exemplo da nova prioridade estratégica da Europa, a par do reforço da implantação da NATO no seu flanco oriental.